quarta-feira, 8 de abril de 2009

O ESPÍRITO SANTO


Actualmente, não existe freguesia em todo o arquipélago que não tenha a sua “irmandade”, uma espécie de confraria formada por “irmãos” que todos os anos sorteiam os cargos dos mordomos para o ano seguinte. Actualmente, não existe freguesia em todo o arquipélago que não tenha a sua “irmandade”, uma espécie de confraria formada por “irmãos” que todos os anos sorteiam os cargos dos mordomos para o ano seguinte. Os irmãos que tiveram as seis primeiras domingas têm a responsabilidade de realizarem a sua respectiva coroação ornamentando para tal, o melhor quarto da casa que irá receber a coroa e rezar diante do Altar desta, o terço todos os dias à noitinha. Todavia, é na Sétima Dominga que a Festa do Espírito santo atinge o seu auge, altura em que o “mordomo”, ou “imperador” tem a seu cargo, não só a coroação, mas também a organização da dispensa, a distribuição das pensões, a função na igreja e o “império”. "Transcrito do site da Junta de Freguesia da Ribeira Quente"

MORDOMO


O Mordomo— Para cada celebração os irmãos escolhem um irmão responsável que recebe a designação de mordomo. A escolha é normalmente feita pela retirada de pelouros, bilhetes em papel onde é inscrito um nome, enrolados e colocados num saco ou chapéu, de onde são retirados por uma criança. A maioria das irmandades admite a existência de mordomos voluntário, que se oferecem a realizar a festa em resultado do cumprimento de promessa feita para recebimento de uma especial graça do Divino Espírito Santo. Ao mordomo cabe coordenar a recolha de fundos para a festa e coordenar a sua realização, sendo para tal efeito considerado a autoridade suprema a que todos os irmãos estão obrigados a estrita obediência.

A COROA


A coroa, o ceptro e o orbe — são os símbolos mais importantes do Império do Divino Espírito Santo, assumindo o lugar central em todo o culto. A coroa é uma coroa imperial, em prata, normalmente com três braços, encimada por um orbe em prata dourada sobre o qual assenta uma pomba de asas estiradas. O tamanho da coroa varia, e em geral cada irmandade dispõe de uma coroa grande e duas mais pequenas. Cada coroa é completada com um ceptro em prata, encimado por uma pomba de asas estiradas. A coroa é decorada com um laço de fita de seda branca, o mesmo acontecendo com o ceptro. Por vezes os braços da coroa são decorados com pequenos botões de flor de laranjeira em tecido branco. A coroa é colocada sobre uma bandeja de pé alto, também em prata. Simboliza o império do Divino Espírito Santo e o seu poder universal. Para além de servir para coroar, é considerada uma honra, conferida pelo imperador, transportar a coroa e segurar a respectiva bandeja. Durante o ano as coroas circulam semanalmente entre as casas dos irmãos, que as colocam em lugar de honra, rezando e louvando o Divino, todas as noites, perante elas. As coroas são também transportadas pelos mordomos quando realizam peditórios

A BANDEIRA


A bandeira — a bandeira é confeccionada em damasco vermelho vivo, normalmente de dupla face, de forma quadrangular, com 5 palmos de lado (embora existam bandeiras maiores e menores), sobre o centro da qual é bordada em relevo uma pomba branca da qual irradiam para baixo raios de luz em branco e fio de prata. A bandeira é colocada numa haste em madeira com cerca de dois metros de comprido, encimada por uma pomba em prata ou latão. A bandeira acompanha a coroa e está sempre presente nas cerimónias litúrgicas onde se coroe. Uma bandeira menor é içada junto à casa do imperador durante a permanência das coroas. Junto aos impérios é hábito existir um grande mastro no qual é içada durante as cerimónias uma grande bandeira de tecido branco onde estão pintadas cenas alusivas ao culto. É considerada uma honra ser escolhido para levar a bandeira nos cortejos.

MUDANÇA DA COROA




O cortejo, império ou mudança — no dia de Páscoa as coroas são transportadas para a igreja, fazendo-se no final da missa a primeira coroação, depois de coroado, o imperador parte para sua casa, acompanhado por um cortejo, acompanhado pelos irmãos, que é aberto pela bandeira e termina pelas coroados rodeados pelas varas. Atrás vai normalmente uma filarmónica que acompanha com música alegre o percurso. Chegados a casa do imperador, as coroas são colocada num trono armado em madeira revestida de papel branco e de flores, ficando em exposição toda a semana. Todas as noites, os vizinhos e convidados reúnem-se para um pequeno convívio, por vezes incluindo danças, que termina pela recitação do terço e de orações alusivas ao Divino Espírito Santo

BEZERRADA


Na Quinta-feira de manhã vão aos pastos, ou currais, buscar os bezerros destinados à matança, os quais são enfeitados com boninas e flores de papel, fitas e arcos coloridos, e depois passeados nas ruas com acompanhamento de violas e vários instrumentos (rabeca, clarinete e barítono) que executam a música chamada o Pèsinho, constituindo a “Folia dos Bezerros “ ou “Bezerrada “, a que já nos referimos, desfile que é precedido, como sempre, em todas as festas populares, pelo enxame do rapazio que rodeia o homem dos foguetes, correndo em disputa das “canas-do-ar “.

CEIA DOS CRIADORES


Ceia dos criadores — são jantares organizados em honra dos lavradores que contribuíram com gado ou das pessoas que deram ofertas relevantes à irmandade. Funciona como momento de recolha de fundos, sendo tradição em algumas ilhas convidar figuras ilustres as política ou da vida social local.

DISTRIBUIÇÃO DE ESMOLAS


A esmola ou pensão — é constituída por uma porção de carne de vaca (de gado especialmente abatido para o efeito), por um pão de cabeça (ou pão do bodo), e por vinho de cheiro. É distribuída aos irmãos que as pretenderem e às famílias mais necessitadas.

A COROAÇÃO


A coroação – a coração é feita após o termo da missa e consiste na colocação, pelo sacerdote, da coroa na cabeça do imperador ou das pessoas que ele designar, e na imposição do ceptro, que depois de beijada a pomba que o encima, é empunhado pelos coroados. Os fiéis assistem de pé à coroação, sendo por vezes cantado o Hino. Depois da coroação, inicia-se o cortejo, sendo o imperador seguido até à porta pelo sacerdote.

ALFENIM


Alfenim vem do árabe “al-fenid” e significa aquilo que é branco, alvo. O alfenim na ilha Terceira, quando é uma oferta ao Divino Espírito Santo fica no Império até ser arrematado por uma pessoa com facilidade de arrecadar fundos para a Irmandade. Na actualidade utiliza-se o microfone e apregoa-se em alta voz a peça de alfenim até que alguém dê o melhor quinhão e fique com ela.

terça-feira, 7 de abril de 2009

PÃO E MASSA SOVADA


Em todos os impérios no Domingo do Espirito Santo e da Trindade,após a coroação é distribuido a todas as pessoas que se encontram em geral no Largo da Freguesia Massa Cevada e Pao de Agua,indo mesmo muitas pessoas que não são residentes na Freguesia. Nesses dois domingos as Padarias existentes na Ilha cozem muito menos pão, porque a procura do mesmo é diminuta dado que trazem o carro com o pão suficiente para aquele dia.

UMA FUNÇÃO


ARROZ DOCE
Esta é a sobremesa que se usa nas funções, aqui está a receita do arroz doce feito nos açores:

Ingredientes:
230 Grs arroz 1 l leite 1 Limão 9 Gemas 500 Grs açúcar 70 Grs manteiga Água a cobrir o arroz
Confecção:
Coze-se o arroz com água e com a casca de limão e a manteiga. Quando bem cozido junta-se o leite quente e o açúcar voltando ao lume até derreter o açúcar. Retira-se do lume e depois de frio junta-se as gemas previamente batidas, indo depois ao lume para cozer as gemas. Coloca-se na travessa e com a canela decora-se como gostar.



Alcatra

Este é um prato tipico da ilha Terceira, aqui deixamos a receita:
Ingredientes:
0.5 l de vinho tinto
3 Kgs de carne
200g de toucinho de fumo
4 cebolas grandes
1 colher de sopa de banha
1 colher de sopa de margarina ou manteiga
cravinho em baga (+/- 6)
sal
Confecção: A carne é cortada aos bocados (tipo quadrados), assim como as cebolas são cortadas ás rodelas e o toucinho aos cubinhos pequenos.Deve-se usar um tacho de barro (obrigatório!!).Põem-se a banha e o toucinho, uma camada de carne, a manteiga e uma camada de cebola, o sal, cravinho e outra camada de carne acabando com uma camada de cebola.No fim rega-se com o vinho, sem deixar cobrir o tacho todo. Vai a cozer no forno em lume brando (+/- 3horas).A Alcatra é acompanhada com o pão doce típico da ilha, ou então com pão. Há quem faça arroz, mas não é à moda da Terceira




COZIDO

Depois da sopa segue-se o tradicional cozido, dependente de Carne de vaca, porco e galinha, batata da terra, cenoura, sangue e figado cozido,
repolho, linguiça, batata doce.



SOPAS DO ESPIRITO SANTO
Estas são as tradicionais sopas do Espirito Santo que estão presentes em todas as funções. Existem algumas diferenças na sua confecção de uma ilha para outra. Aqui deixamos uma das muitas receitas mais usadas nestas ilhas.

Sopa do Espírito Santo (Ilha Terceira - Açores)


Ingredientes:
1 l de água (adicione mais se necessário)
1,5 Kg de carne de vaca (peito alto e gordo)
1Kg de ossos de tutano
3 cebolasalho
1 galinha
1 repolho
400 grs de pão duro
9 batatas
manteiga
Sal
louro
hortelã


Modo de Preparação:

Cozem-se as carnes com água, quando estiverem meio cozidas junta-se a galinha, junta-se o repolho (couve merceana) e as batatas.Parte-se o pão em pedaços e barra-se com manteiga colocando em tigelas com a hortelão.Vaza-se o caldo de cozer as carnes por cima até ficar bem ensopado.Abafa-se e só se põe as carnes, o repolho e a batata antes de ser servido.